Já há vários anos que uso (e recomendo) uma agenda. Mas na verdade nem sempre fui organizada e muitas vezes deixava de as usar a meio do ano. Também acontece consigo? Quer saber porquê e como mudar isso?
Todos os anos, normalmente pela altura do natal, já tinha escolhida a minha agenda para o ano novo. Mesmo que não tivesse usado a do ano em que estava, durante pelo menos seis meses. Mas a verdade é que ficava sempre entusiasmada com a mudança. Pensava para mim mesma: “desta vez é que é!”. Ora bem, lá comprava a agenda, escrevia todos os aniversários e compromissos… mas passados quatro ou cinco meses, com a agitação do dia-a-dia, ficava vários dias (e até semanas) sem lhe tocar.
Algum tempo depois já andava eu a fazer tudo à última da hora. Acabava por desistir de planear as minhas semanas. Parece-lhe familiar?
A questão é que, tal como a maioria das pessoas que conheço, eu enchia os meus dias de compromissos. A minha lista de afazeres era enorme e arrastava-se durante semanas. O meu calendário ficava cheio até ao limite, muitas vezes de coisas desnecessárias. Quando desistia de usar a agenda, acabava por ter de confiar na minha memória (que é muito pouco confiável). Obviamente que a minha vida ficava um caos, os trabalhos passavam o prazo de serem entregues, esquecia-me dos compromissos e reuniões que combinava, enfim.
Procurei e experimentei diversos sistemas e produtos de organização, pois achava que o problema era sempre da agenda. Esta imagem contém apenas uma pequena amostra de todas as que já usei. Tinha a esperança que em algum daqueles produtos estivesse a solução para o meu problema. Como podem ver, demorei algum tempo a perceber que essa solução milagrosa simplesmente não existia. Não existia um sistema que magicamente me fizesse aparecer nas reuniões a horas ou que me desse mais tempo com a minha família.
O meu problema era não ter as minhas prioridades estabelecidas.
Eu não tinha distinguido corretamente aquilo que era importante, daquilo que estava apenas a ocupar espaço. Se houvesse um trabalho para entregar, não fazia mal abdicar do domingo em família. Por me oferecer para fazer favores a diversas pessoas (e não me levem a mal, é sempre bom ajudar os outros), deixava de ter tempo para fazer outras coisas que me trazem alegria. Tive que fazer escolhas e deixar algumas coisas de lado.
E atenção a mudança não aconteceu de um dia para o outro. Ainda há pouco tempo, com o casamento e mudanças de casa, vi-me obrigada a reajustar os meus horários. Escolhi com satisfação dar prioridade à minha família, a viajar e também a passar tempo a aprender coisas novas. Deixei de estar demasiado tempo nas redes sociais, de constantemente limpar a casa durante horas, bem como outros compromissos que não serviam os meus valores.
Agora a minha agenda trabalha para mim.
Ao deixar apenas tempo para o que é relevante na minha vida e que tenho absolutamente de fazer, o meu nível de preocupação e de stress mudou drasticamente. Neste momento as minhas agendas (sim, mais do que uma) são apenas ferramentas onde anoto as minhas ideias e compromissos. Assim, fico com mais espaço mental para ser criativa.
Agora sou feliz quando deixo espaços em branco para o inesperado, e quando escolho o feito em vez do perfeito. Sermos intencionais com o nosso tempo é fundamental, visto que o tempo é o nosso único recurso finito.
Faça uma lista de tudo aquilo que luta pela sua atenção no dia-a-dia.
Desde desporto, trabalho, tarefas de casa, voluntariado, enfim… tudo. Desista daquilo que não vale o seu tempo. Não faz mal desistir quando escolhemos aquilo que importa. Procure alternativas para aquilo que demora muito a fazer. Por exemplo, eu chegava a demorar 3 horas ao domingo a fazer as compras semanais, passei a fazê-las online e só demoro 30 minutos. Mais tempo para passear!
Faça como fizer, saiba que não tem de fazer tudo e chegar a todo o lado.
Se quiser mais dicas para ganhar mais tempo, ou se quiser saber como é que eu uso as minhas agendas, deixe um comentário!
Até à próxima!
1 Comentário
Olá!! Gosto do blog e gosto dos temas. Parabéns. As manas Rodrigues são muito prendadas e criativas. este post é algo com que me identifico, começo cheia de vontade e ideias de organização e agendas e depois fica tudo por fazer e o tempo torna-se muito curto. Chego mesmo ao final de semana frustada porque parece que nada fiz… Gostava que me dissesses como utilizas as agendas. Já pensei em instalar as tipo aplicação no telemóvel de forma a poder colocar lembretes mas nem assim.. Sinceramente acho que o papel é bem melhor, mas como utilizar, como organizar, como conseguir pôr em prática e no fim ter tempo para mim? E isto com 3 homens (incluindo o pai) em casa sempre a precisar da mãe para tudo!! Obrigado. Beijinhos. E muito sucesso!